sábado, 22 de janeiro de 2011

Cora Coralina...

"Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"
- Cora Coralina


Cora Coralina (Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas), 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás. Em 1903 já escrevia poemas sobre seu cotidiano, tendo criado, juntamente com duas amigas, em 1908, o jornal de poemas femininos "A Rosa". Em 1910, seu primeiro conto, "Tragédia na Roça", é publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", já com o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911 conhece o advogado divorciado Cantídio Tolentino Brêtas, com quem foge. Vai para Jaboticabal (SP), onde nascem seus seis filhos: Paraguaçu, Enéias, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência. Seu marido a proíbe de integrar-se à Semana de Arte Moderna, a convite de Monteiro Lobato, em 1922. Em 1928 muda-se para São Paulo (SP). Em 1934, torna-se vendedora de livros da editora José Olimpio que, em 1965, lança seu primeiro livro, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado "Meu Livro de Cordel", pela editora Cultura Goiana. Em 1980, Carlos Drummond de Andrade, como era de seu feitio, após ler alguns escritos da autora, manda-lhe uma carta elogiando seu trabalho, a qual, ao ser divulgada, desperta o interesse do público leitor e a faz ficar conhecida em todo o Brasil.
Cora Coralina era chamada Aninha da Ponte da Lapa. Tendo apenas instrução primária e sendo doceira de profissão.
Publicou seu primeiro livro aos 75 anos de idade. Ficou famosa principalmente quando suas obras chegaram até as mãos de Carlos Drummond de Andrade, quando ela tinha quase 90 anos de idade.
Sua obra se caracteriza pela espontaneidade e pelo retrato que traça do povo do seu Estado, seus costumes e seus sentimentos.

Cora Coralina viveu 43 anos em São Paulo e retornou à terra natal aos 67 anos para só então ganhar a vida como doceira.
Faleceu em 10 abril de 1985 em Goiânia.

"Meus doces pode comprar, os livros pode deixar. Porque os doces se estragam e os livros não."Cora

Coralina elaborava seus doces em tachos de cobre, em sua Casa velha da ponte, em goiás Velho (GO), onde recebia centenas de fregueses que além dos deliciosos doces, era recebido também com um café fresquinho e um boim dedo de prosa.


" O sucesso dos doces de mamãe tinha dois segredos: o ponto e o açúcar", revela Vicência Bretas, 81 anos, filha de Cora Coralina. "Mamãe não usava muito açúcar. ela valorizava uma calda natural, seus doces eram glaceados nesta calda. o segredo era o ponto. mesmo com alguém para ajudar, era só ela quem dava o ponto no doce."

Toda sua história, suas poesias, doces e sabores, podem ser visitados até o dia 13 de março no Centro Cukltural banco do Brasil do Rio de Janeiro (RJ). vamos torcer para que esta deliciosa exposição venha para BH!!!

Para quem está no Rio, não durma no ponto e vá visitar a vida de Cora!!!

"Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa
que lançamos hoje no solo da vida.
Se for para semear,
então que seja para produzir
milhões de sorrisos,
de solidariedade e amizade"

textos retirados do site http://www.fabiorocha.com.br/ e da revista Gula edição 215

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